quarta-feira, 30 de março de 2011

Hoje foi um dia feliz

Almocei nas docas. O Sol foi aparecendo já quente. Meio tímido. Comi uma pizza no Pasta Caffé e que bem que me soube.
Ao final do dia soube de uma boa notícia. Há muito tempo que não ficava tão feliz por algo que não me aconteceu a mim. Porque ver uma pessoa especial a ter uma oportunidade é algo que me deixa feliz. Muito Mesmo.
O dia terminou com um café especial com a Mari. Que foi um prazer conhecer. Resumindo, foi um dia daqueles, em bom.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Não sei se estamos no século XXI ou no XIX...

No fim-de-semana ouvi uma história que me deixou perplexa. Soube de uma rapariga com os seus 34 anos que namorava e estava a pensar casar. Em conversa com uma amiga comum, disse-lhe: “Então mas porque não pensava ir viver junto por uns tempos e depois logo decidia se queria mesmo casar!”, visto que o namoro nem tinha ainda um ano de duração.
A resposta que ouvi foi: “Pois, mas a mãe dela não aceitaria jamais uma coisa dessas.” E eu, parvinha de todo, com a boca aberta, disse: “mas não aceita como?!” e as declarações continuaram: “sim, eu já ouvi a mãe dela dizer, quando sair de casa dos pais é para casar. Não há fins-de-semana fora, nem nada dessas confianças.”
Vim para casa a pensar nisto. A abanar a cabeça incrédula. Ainda hoje penso nisto e fico doida. Acho que há coisas muito piores, como o descobrirem (tarde demais) que não têm compatibilidade nalgumas coisas, porque é na convivência a dois que isso se descobre. Namoro sem sexo, ou com a cumplicidade contada e controlada ali aos milésimos de segundo por olhares da família, comigo não resultaria. Porque a relação é feita a dois e precisa de momentos a sós. De uma partilha livre. Sem horas marcadas nem olhos controladores.
Custa-me a crer que em pleno século XXI ainda há pais a pensar desta forma. Que tipo de valores carregam? Será mais importante a felicidade de um filho ou aquilo que parece bem ou mal? Será que a evolução não existe para determinados assuntos?
Não estou a escrever este texto em tom de crítica, apenas me faz confusão, se me visse numa situação semelhante.
Sempre tive muita liberdade dada pelos meus pais. Sempre confiaram em mim, muito antes de namorar. Mesmo na adolescência, lembro-me com 13 anos de apanhar o autocarro com os amigos da minha rua, alguns mais velhinhos, e ir para as praias na Costa da Caparica e para a famosa Onda Parque. Nunca traí essa confiança, e muito menos traí a confiança em mim própria. Não fazia nada com o qual não me sentisse bem. Adorava a minha vida.
Acho que as pessoas para não contrariarem os pais, acabam por se anular a elas próprias. Deixam de viver. Continuam a ser as crianças num corpo adulto, que não pode sair de casa, apenas e só porque lhes apetece. Porque é feio aos olhos dos outros e principalmente porque parece que as aparências são muito mais importantes do que aquilo que realmente se sente.
Enfim...

domingo, 27 de março de 2011

Das minhas fotografias... IV

Um lugar que eu adoro. Sesimbra.

sábado, 26 de março de 2011

Aquele Estranho... Parte II

O meu dia foi preenchido com diversas reuniões. Estávamos prestes a recrutar um estagiário para o departamento de Marketing e o meu Director fez questão que eu acompanhasse todo o processo. Ao mesmo tempo as palavras escritas pelo Alexandre não me saíam da cabeça. Só pensava em falar com ele e dizer-lhe tudo aquilo que tinha vontade. Mas ao mesmo tempo um frio no estômago instalou-se. Como se não pudesse ser verdade.
Ao final do dia quando saí peguei no telefone e liguei-lhe.

 - Estou sim, Alexandre?

 - Olá! Pensei que não ias ligar. Não esperava uma reacção diferente. No fundo pensei que ias fazer o mesmo que eu te tinha feito. Estás bem?

 - Sim, estou bem. Foi um dia bem cansativo, mas correu bem. Podemos conversar um pouco?

 - Podemos sim. Mas eu ainda estou com um cliente. Posso ligar-te mais tarde?

 - Sim, tudo bem. Quando puderes. Fica bem então.

 - Olha, obrigado por teres uma atitude diferente. Um beijinho.

Desliguei à pressa porque tinha os joelhos a tremer. Não acreditava que uma reviravolta tão grande pudesse ocorrer. Simplesmente não concebia essa ideia. Eu que concebia tudo e mais alguma coisa, não conseguia acreditar.

Cheguei a casa, fui ao congelador e tirei uns bifes para o jantar. Quando me preparava para ir correr um pouco, o meu telefone tocou. Era ele. O meu estômago deu um nó. Respirei fundo e atendi.
 - Sim…
 - Espero que agora possamos falar. – Disse ele com vontade de ouvir o que eu tinha para dizer.
 - Sim, posso falar agora contigo. Primeiro quero dizer-te que não esperava que me escrevesses, mas isso tu sabes. Em segundo lugar não consigo entender porque me ignoraste durante todo o tempo em que arrisquei e te procurei. Não tens ideia do mal que isso me fez sentir. E por último não sei se posso aceitar o teu convite para o evento em Évora.
(Silêncio…)
 - Bem, Disseste tudo? Parece que disseste isso tudo sem respirar. Percebo que tenhas ficado melindrada comigo, mas o meu silêncio foi unicamente para te proteger. A minha vida já estava uma tremenda confusão e eu não queria, de forma alguma colocar-te no meio de tudo o que me estava a acontecer, percebes?
 - Eu percebo, mas não entendo. Pensei que mo podias ter explicado naquela altura. Interpretei o teu silêncio como desprezo. E isso não é bom. Não era algo que eu merecesse. Consegues também colocar-te na minha posição?
 - Claro que sim. Peço desculpa mais uma vez. Mas não podia. Acredita que não podia, o que não quer dizer que eu não quisesse. Existem diferenças entre o querer e o poder (e ouvi-o rir) …
 - Tudo bem, essa parte já percebi. O que não quer dizer que aceite ou que te desculpe, mas tudo bem. Já agora quero fazer-te uma pergunta. A quem é que andaste a perguntar coisas sobre mim?
 - Pois. Isso foi o pior. Fiquei a perceber que não te abres com muita gente. E atenção que não digo isto como uma critica. Acho que fazes muito bem e principalmente no local de trabalho. Quem me ajudou foi o teu irmão, sabias?
 - Como? (engoli em seco, a última pessoa que eu pensasse que estaria metido nisto – pensei alto)
 - Sim, foi ele. Disseram-me como podia ter acesso ao teu facebook e eu contactei com ele. Foi a melhor ideia que tive, desculpa outra vez. - E uma gargalhada escapou-lhe…
 - Tu ainda te ris? Tem muita piada, realmente muita piada. Faço ideia o que ele pensou e o que te disse a meu respeito…
 - Por acaso foi impecável. Obviamente que eu tive de lhe explicar tudo muito bem. Não foi fácil e tive de lhe prometer muita coisa, mas valeu a pena. Aliás, valeu nem que seja pelo facto de estarmos agora aqui a falar. Mas eu só quero saber uma coisa, queres ir comigo a Évora? Tenho muito gosto que me acompanhes. Muito gosto mesmo.
 - Mas porquê eu? E que evento é esse?
 - Tu, simplesmente porque sim. Não há mais motivo. Quero que vás comigo. É a inauguração da remodelação de um Hotel que a minha empresa andou a fazer. O dono fez questão de me oferecer um fim semana para lá ficar. E acho que podes ser minha companhia. Aliás, por achar que deves ser uma companhia fantástica é que te quero levar.
 - Vou pensar. Até quando tenho de te dar a resposta?
 - Agora. Tens de me dizer agora. E eu não aceito um não. Anda lá Catarina, já viste bem o tempo que estivemos sem falar? É a forma de colocarmos a conversa em dia. De te vingares de mim – atenção que estou a brincar – disse em tom de riso…
 - Tudo bem eu vou. Mas antes disso preciso de te ver. Queres ir tomar um café daqui a pouco?
 - Não acredito. Estás a repetir um convite? Sabes que eu sempre achei que tu eras uma pessoa implacável. De um orgulho obsceno. Que dificilmente vacilavas, mas começo a ver que não és muito assim.
 - Bem, estou a ver que não te posso dar muita confiança. Afinal não quero ir tomar café nenhum. – Disse eu a rir sozinha…
 - Ah Ah Ah. Agora não podes voltar atrás. Lamento. Encontramo-nos onde? Eu apanho-te em casa, só tens de me dizer onde é.
 - Nem pensar. Não quero que saibas onde vivo. No Fórum Almada. Está bom para ti? Pelas 21h20 devo lá estar. Encontramo-nos lá em cima ao pé da casa dos crepes.
 - Com certeza. Nem arrisco a dizer mais nada. Até logo. Beijo…
 - Até logo. E não te atrases.
...

terça-feira, 22 de março de 2011

O Amor, Sempre o Amor...

Quando oiço falar de Amor, ou de Histórias de Amor, os meus ouvidos direccionam-se automaticamente, é uma coisa que não consigo evitar.
Este fim-de-semana ouvi uma história de um desencontro que nunca foi esquecido, e dentro de mim começou a surgir uma vontade louca de ajudar. De tentar mudar as coisas. Fiquei tolhida por algumas coisas que ouvi, ao mesmo tempo que me contavam esta história. Simplesmente não queria acreditar que alguém ainda pudesse ter um pensamento tão curto. Não aceito de ânimo leve as situações. Não consigo, não faz parte da minha essência. Sempre lutei até à exaustão por avançar, nem que se tratasse apenas de um milímetro. Mesmo que diante de mim estivesse o muro mais alto do mundo, eu tinha de sentir dentro de mim que tinha feito alguma coisa, por muito pouco resultado que isso produzisse na prática.
A história é de um velhote de 90 anos. Viúvo há 5. Nos tempos da mocidade que andava na tropa namorava com uma moça, de seu nome Laura, chamemos-lhe assim. Prometeu-lhe casamento mas por circunstâncias da vida, teve de quebrar a promessa. Quando terminou a vida militar, prometeram-lhe emprego, mas antes de aceitar qualquer oferta, pediu apenas que o deixassem ir à terra. Tinha saudades e queria matá-las. Essa ida mudou-lhe o trajecto, ou simplesmente não havia um destino para ele. Vou chamar-lhe de Rodrigues. Sr. Rodrigues.
Chegado à terra deixou-se levar por uma moça que o cortejou. Visitava a sua mãe com o pretexto de o ver, e ele não resistiu. Foram casados durante anos e anos. Tiveram 3 filhos. Há 5 anos ficou viúvo, mas certamente a Laura nunca o deixou viver em pleno. Não acredito, principalmente porque guardou religiosamente uma fotografia dela durante todos estes anos. Foi a um fotógrafo, reproduziu a fotografia antiga que tinha. Umas quantas tipo passe e um poster. Laura acompanha-o através da sua fotografia, para onde quer que ele vá. Ele acredita piamente que ela está viva. "Ela sempre foi muito saudável" - dizia ele...
O Sr. Rodrigues tem 90 anos, quantos terá Laura? Estará ainda viva? Será que algum dia o perdoou pelo facto de a ter deixado para trás com uma promessa por cumprir?
Adorava poder ajudá-lo, porque nestas coisas do amor, nunca se deve deixar nada por dizer. Não se deve sossegar enquanto tudo ficar claro. Gostava de ir à procura dela, mas não sei onde nem como. Só gostava de o ajudar. Dar-lhe uma resposta que fosse para isto. Acho que só desta forma,  ele vai conseguir respirar fundo, e olhar em frente. Com a alma tranquila. Porque aos 90 dias, ainda há muita coisa para viver…

domingo, 20 de março de 2011

A Eos vai sair à rua...


Foto da autoria desta menina que eu adoro muito. Num dia em que o sol nos encheu de riso. É tão bom sair para fotografar contigo. Espero repeti-lo em breve.

sábado, 19 de março de 2011

Dia do Pai 2011

Mais um ano de ausência, mais 2 meses sem saber nada. As saudades apertam como gente grande.
O amor que nos une é cada vez maior e mais puro.
Quero que saibam que apesar da distância, teremos sempre um fio invisível que nos une. Como vocês dizem: "Daqui até aos planetas todos e voltar. Ou mais ou menos como os números que nunca acabam". É assim este nosso amor. Que é ameaçado todos os dias, mas que jamais enfraquecerá.
Amo-vos muito meus amores. Porque mais do que o Dia do Pai, sou pelos dias da família e esses são todos os dias. E um dia vocês vão aprender que é a base de tudo. Quando vos for possível compreender que o mundo que muitas vezes os adultos desenham, nada tem a ver com aquilo que deve ser.
Da tia que vos ama, mais do que tudo o resto. Sempre.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Adoro este Sol


que por aqui anda. Aquece-me a alma e deixa-me com um sorriso imenso.
Sou uma priviligiada, todos os dias. E agradeço muito por isso. Por não me faltar nada. Por cada vez me afastar mais dos consumismos desenfreados. Claro que continuo a gostar de ter uns sapatos novos e a usar roupa que me favoreça. Gosto de me olhar ao espelho e sentir-me bem.
Não posso é abusar na Nutella e nas fatias de pão alentejano, porque se não a minha zona abdominal espande-se como se não houvesse amanhã. E não é bonito de se ver, porque daqui a bocado chega a Primavera e depois o Verão e os desejos que tenho de andar com as pernas ao léu, com vestidos e calções. De ir à praia e ver a pele a ficar morena. No Verão parece tudo mais leve, começando pelos dias. O céu fica azul durante muito mais tempo e a noite já chega tarde. Depois chegam as férias e tudo fica ainda mais tranquilo... O Alentejo e o céu estrelado como só lá se consegue ver. O que eu adoro, deitar-me em cima do Poço, ficar a ver as estrelas e pedir desejos.
Adoro este sol. A minha vida e fazer com que cada dia conte. Junto dos meus, com todo o afecto que nos une.

Imagem: Weheartit.com

terça-feira, 15 de março de 2011

Sara Bareilles - King Of Anything


Ficou-me no ouvido a primeira vez que a ouvi na rádio. E hoje encontrei-a e foi uma surpresa.
Gosto muito disto.

domingo, 13 de março de 2011

Aquele Estranho... Parte I

Chego a casa depois de mais um dia estafante de trabalho. Só me quero descalçar, meter debaixo do chuveiro e esperar que a água me lave a alma e atenue o cansaço. Os meus pés latejam por estarem fechados há horas demais dentro das botas. O frio já se sente. As primeiras chuvas caíram.  Não tarda, chega o Inverno.
Trouxe o correio misturado com a publicidade e despejei tudo na mesa da entrada. É sempre assim nestes dias em que não consigo articular nem mais um pensamento. Depois de orientar tudo, aí sim, sento-me no sofá da sala e vejo o que há. Facturas e mais facturas para pagar, publicidades de hipermercados é em triplicado, mas hoje não era só.  Havia mais uma carta. Não tem remetente, mas a minha morada vem escrita à mão. Estranho – pensei. As pessoas que me escrevem como antigamente identificam-se todas. De quem será?
Abri-a a medo com o abre cartas para não estragar e reparei que não era só uma carta, havia um cartão também.

Lisboa, 20 de Outubro de 2010

Antes de tudo começo esta carta com um pedido de desculpas. Pelos silêncios. Devia ter ganho coragem para te ligar mais cedo, mas vou ser honesto, não consegui ligar para ti. Por medo, só por isso. Posso também dizer que foi por timidez. Olhava para ti, cumprimentava-te, mas não consegui mais do que isso. Algo me dizia que não era ainda a altura mais correcta. Peço desculpa outra vez.
Espero que estas palavras não cheguem tarde demais. Nem sei se sabes quem te está a escrever, mas daqui a umas letras já vais ficar a saber quem eu sou.
Parei de ler a carta e fiquei a pensar. Isto não é normal. Recebo uma carta de um homem, escrita à mão, com uma letra que não é muito imperceptível, depois de um dia como o de hoje? Isto é um milagre vindo sei lá de onde, mas antes de me precipitar com pensamentos, vou mas é acabar de ler…

Nunca escrevi uma carta a mulher nenhuma. Nem mesmo à minha ex-mulher. Nunca fui muito disso e na altura não foi preciso, os telemóveis já eram normais nas nossas vidas. Mas nas informações que pedi sobre ti,  disseram-me que eras muito dada às palavras por esta forma, resolvi arriscar. Que tal me estou a sair?
Espero que a forma que arranjei de me aproximar de ti não te faça amachucar este papel (que eu perfumei – é verdade) para que soubesses que a minha intenção é a melhor. Prometo compensar-te da melhor forma que sei por estes meses em que a minha vida mudou e eu sei que tu sabes isso. Gostava de aproveitar (e foi esse o motivo da minha carta) para te convidar para me acompanhares num jantar que vou ter em Évora. Era muito importante para mim ter a tua companhia.
Junto envio o convite. Aguardo confirmação. Podes telefonar-me, não é preciso responderes-me por carta, porque fiz de propósito em ocultar o nome do remetente.
Despeço-me com um beijo. Espero receber noticias tuas em breve.

Alexandre.

Fiquei verde. Agora é que o verniz estalou todo. Isto não pode ser normal. A frase: “perguntei umas informações sobre ti” ecoavam-se repetidamente na minha cabeça. Não conseguia aceitar, entender ou o que quer que seja. Isto não podia estar a acontecer comigo, ou melhor, estava mesmo a acontecer. E era tão bom que eu nem sabia se havia de rir ou de chorar. Só me lembrei de uma pessoa que me ajudou ao longo do processo do Alexandre, o Artur.
 - Estou, Artur?!
 - Sim Catarina, diz…
 - Não vais acreditar no que te vou contar. Recebi uma carta sem remetente, mas o conteúdo é chocante. Consegues adivinhar de quem é?...
 - Uma carta? Não faço a menor ideia. Mas o conteúdo é bom ou mau?
 - Não é bom nem é mau. É simplesmente inacreditável de maravilhoso. – Sorri
 - Epá, diz-me lá. Já estou a ficar curioso. Quem é que te pode ter escrito uma carta com um conteúdo maravilhoso? Conta-me. Conta-me.
 - Olha ainda nem estou em mim. Já li a carta umas três vezes para ver se consigo encontrar alguma frase nova que se encaixe na minha cabeça e me faça entender. O Alexandre escreveu-me a pedir desculpa pelos silêncios e a convidar-me para um evento em Évora. Isto não faz sentido. Uma pessoa que ignorou todas as minhas mensagens, sorrisos, Bons dias, desejos de bom fim-de-semana, aparece assim, vindo de parte nenhuma dizer que não era a altura certa e que agora está aqui e quer que o acompanhe num evento. Isto não me soa bem…
 - Claro que soa. Tu é que tens sempre essa mania de querer explicar tudo, entender cada detalhe. Não tem nada a ver. Os homens não são lógicos nem seguem articulações ridiculamente estudadas como vocês, que encadeiam os planos milimetricamente alinhados, só posso fazer isto depois de ele superar o desafio A e B. Nós não somos assim. Nós agimos quando sentimos que é aquilo e nada mais, tão simples como isto. Sem grandes testamentos justificativos…
 - Espectáculo Artur. Agora é que me ajudaste mesmo… - gargalhei…
 - É verdade. Digo-te já sem rodeios, se ele teve a audácia de fazer perguntas sobre ti (não sei a quem…) é porque está interessado e já reparaste que ele fez uma boa surpresa? Isso significa simplesmente que és importante e ponto final. Ele quis chegar-te ao coração de um modo desinteressado. Porque já conhece uma parte de ti. E quis que acreditasses pelo seu gesto que é honesto…
 - Quem não tem coragem de lhe ligar agora sou eu. Mais uma vez deixou a “batata quente” na minha mão. Só me apetece calar-me para todo o sempre e agir da mesma forma que ele.
 - Pois, se calhar merece sofrer um pouco, porque a par de toda a sua timidez não custava nada ter respondido uma única vez, nem que fosse para retribuir um desejo de bom dia. Parece básico para nós, mas não estamos dentro da pessoa para saber o que sentiu efectivamente. No entanto para ele dar este passo é porque és importante. É porque ele se importa de alguma maneira, e nem sequer sabemos como ele andou durante todos estes meses, o que sentia (mesmo não dizendo nada). Sabes que quem mais cala por vezes é quem mais sofre…
- É verdade Artur. Não faço ideia do que aconteceu na vida dele durante todo este tempo e por isso não o posso julgar sem mais nem menos. Acho que vou ligar para tentar conversar um pouco e depois logo vejo o que faço. Obrigado pelas tuas palavras. Depois dou notícias. Beijo, até amanhã.

Tentei ao máximo continuar a minha vida naquele dia, como se nada de anormal se tivesse passado. Peguei no dossier e comecei a estudar Recrutamento & Selecção. O dia do exame estava a aproximar-se a passos largos e eu tinha de me dedicar. Mas a carta estava a sorrir-me. Peguei nela vezes sem conta. Cheirei-a e sentia aquele aroma que lhe era tão característico. Mas não queria telefonar-lhe. Pelo menos não naquela noite.
Continuei de volta dos estudos até que o cansaço me venceu. Adormeci no sofá. Quando acordei já a noite ia longa. Eram 3 da manhã quando agarrei em mim e fui para a cama. De manhã a resposta que eu procurava iria chegar.

Na manhã seguinte a chegar ao trabalho dou de caras com o Alexandre. Cumprimentei-o como era costume e senti do outro lado uma pequena ansiedade. Como se esperasse mais do que o normal “Bom Dia” de circunstância que estávamos habituados a trocar. Pestanejei, ele não desviou o olhar e seguiu-me com a cabeça. Percebi isso quando ao fechar a porta fiquei de frente para ele. Não senti que era o momento de lhe dizer o que quer que fosse. E tinha a certeza de que o momento iria chegar. E eu ia sentir quando fosse hora de agir.
Subo ao primeiro andar e oiço o meu telemóvel apitar o toque das mensagens.

“Pela tua forma de me olhares acho que não me desculpaste!” Engoli em seco. Pousei o telefone e ignorei. Ou pelo menos tentei que aquelas palavras não afectassem o funcionamento do meu dia. Tentei que os pensamentos não me desconcentrassem, tinha muito que fazer. Prazos imprescindíveis a cumprir. Quem sabe durante o dia não se fazia uma luz e eu ganharia coragem para resolver aquele assunto. O que é certo é que aquela voz mexia comigo, revoltava o meu mundo como eu costumava dizer. Mas eu não queria de forma nenhuma deixar-me levar sem ponderar bem. Afinal de contas eu já lhe tinha dado a oportunidade e ele não a quis agarrar.
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sábado, 12 de março de 2011

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quarta-feira, 9 de março de 2011

Férias...

Gosto de acordar sem despertador. Tomar banho nas calmas e depois tomar um delicioso pequeno almoço.
Aproveito as férias para matar as saudades que tenho de estar em casa.
Mas agora vou ali dar umas voltas que bem preciso de apanhar ar.
Ainda sinto o corpo dorido da queda que dei no domingo, mas isto vai passar.
Quero voltar aos treinos brevemente (bicicleta e caminhada), o meu corpo grita por exercicio.
Soube no Domingo que passei na última cadeira que me faltava saber a nota. Um semestre completo. Mais um. E assim a vida segue. E eu olho para trás e sorrio... simplesmente.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Das minhas fotografias... III

No meu Refúgio. Baixo Alentejo.

Ser sozinho...

Digam o que disserem, mas na minha opinião ser sozinho é uma merda.
Tem as suas coisas boas, como em tudo na vida. Existem sempre dois lados para uma moeda. Existem sempre duas vertentes para uma mesma situação. O mesmo se passa quando se é sozinho. E ser sozinho é viciante. Ser sozinho às vezes dói. E muito. Outras vezes é libertador e traz-nos uma paz interior muito grande. Mas também consegue trazer o vazio. Consegue trazer um silêncio ensurdecedor. Faz-me pensar no "porquê". Provavelmente porque não dou muita hipótese para que isso mude, mas também e acima de tudo, porque não consigo fingir algo que não sou. E muito menos não consigo estar com  alguém que não me diga nada.
A última pessoa que conheci, por intermédio de um amigo, parecia-me tudo de bom (e sei que é boa pessoa). Falámos durante algum tempo antes de nos termos visto pessoalmente. Coisa que tentei evitar, pois já sei que as expectativas criadas por trás de um computador e de palavras são sempre aumentadas, muito mais do que quando nos conhecemos pessoalmente e depois falamos. Foi uma desilusão. Principalmente porque depois de termos conversado durante algum tempo e ele me ter pedido para ficarmos abraçados a ver um pouco de Tv, adormeceu. Não sabia se havia de rir ou chorar. Tentei não dar importância à coisa, mas o que é certo é que não me apaixonei. Não senti vontade de o voltar a ver, muito menos vontade de voltar a estar com ele. Quando não gosto, não gosto. Sou sincera e demonstro-o. Quem me levar tem de gostar do pacote completo, mau feitio incluído (mas com muitas qualidades também - muitas escondidas nas profundezas do meu eu, apenas demonstráveis àqueles que mostrarem ser merecedores de tal conhecimento).
Eu tenho de sentir o mínimo dos mínimos. Tenho de reagir à pessoa que tenho diante de mim. Tem de me provocar algum tipo de sentimento (em bom, de preferência), para eu saber se é alguém em quem vale a pena investir.
Sei que quem espera sempre alcança, ainda que por vezes se canse de esperar e comece a pensar em desistir. O coração bate normalmente e não dispára como quando há o mínimo sinal de alerta. É disso que sinto saudades. Do Amor. Daquele pleno e completo que me motiva e me faz sentir dona do mundo, com esperança e força para realizar tudo.
Sinto saudades.
Como várias vezes digo em conversa com amigas, não estou disposta a aceitar menos do que aquilo que mereço. E talvez seja por isso que tenho de amochar. Continuar a aprender e a aceitar, que quando eu menos esperar, ele aparece. Aquele ser semelhantezinho, que por aí anda. Perdido. E ao acontecer,  vamos sorrir... Simplesmente porque nos encontrámos.

sábado, 5 de março de 2011

Das minhas fotografias... II

Almada - Vista do Elevador Panorâmico

Das minhas fotografias...


Portinho da Arrábida

sexta-feira, 4 de março de 2011

Nunca programei muito o meu futuro...

Nunca sonhei com nenhuma profissão em especial. Nunca me lembro de crescer e perguntarem-me o que gostaria de fazer "quando fosse grande". Acho que só queria viver sem grandes compromissos, divertir-me o mais que pudesse, passear (sempre adorei passear) e pronto. Quando chegavam os momentos eu decidia quase na hora o que ia fazer a seguir. Não programei milimetricamente uma entrada na Faculdade como muitos colegas meus, ainda adolescentes na Secundária. Algumas miúdas não viveram quase nada durante esse tempo só a trabalhar para uma boa média e uma entrada folgada em Gestão ou Economia. Eu não. Nunca tive aquele desejo profundo de sair do 12º ano rumo à Faculdade. Surgiu no Verão de 1998 a oportunidade de um primeiro trabalho em part-time. Fui caixa no Continente. Durou dois meses e eu gostei. Depois voltei à escola para fazer a Matemática e a História que tinham ficado penduradas. Em 1999 (depois da escola terminar) fui operadora da linha 118 (linha de informações da PT). Entretanto tinha visto na minha escola um anúncio para um Curso Técnico Profissional de Gestão Administrativa. Eu gostava dessa área. Inscrevi-me, fiz os testes (não me lembro de ter estudado tanto num Verão - as provas eram em Setembro) e entrei. Foram dois anos, a estudar e a estagiar em empresas. Aprendi muita coisa, e foi sem dúvida graças a esse curso que aprendi a maioria das coisas que ainda hoje fazem parte da bagagem da minha vida.
Sete anos depois de terminado o curso e ter trabalhado em dezenas de sitios diferentes, a fazer muita coisa, sei que não dava para ter sido de outro modo. Entrei na Faculdade em 2008 por brincadeira. Hoje quando por lá ando sei que agora sim faz sentido. A experiência que adquiri ao longo dos anos deu-me suporte para perceber e para perspectivar o meu futuro. Não faço contas. Não programo nada, deixo correr e quando as oportunidades surgirem, tomarei uma decisão. Como sempre foi. E é desta forma que será. Continuo a acreditar que nada acontece por acaso e o que tiver de ser, será.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Há dias em que muito pouca coisa faz sentido. Hoje é um desses dias.
O que me vale é o Sol Maravilhoso que brilha lá fora, bem como o cantar dos passarinhos que inunda a minha sala.

quarta-feira, 2 de março de 2011


Via: I Can Read
Ainda estamos em melhoramentos.
Não liguem se esta página vos parecer estranha e com cores pouco
fofinhas. Devagar se vai ao longe.

Tudo começa assim...

Em tons rosa. Como um caderno que se abre pela primeira vez. Cheio de folhas acetinadas. Com uma caneta que desliza de forma perfeita. Assim, deixo a minha marca no mundo. Mais uma vez. Pelas minhas palavras. Com a simplicidade que me caracteriza.
É assim que surge este blog. Apenas e só da imensa vontade de escrever.
Sempre com o maior amor do mundo. O mais puro de todos. É o que sinto, sempre que me sento para escrever.