quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Que vida é esta que levamos...

Tenho vivido profundas crises ao nível laboral.  Não é o trabalho em si, nem é o facto de ser muito cansativo estar fora de casa perto de doze horas. Apanhar autocarro, levar com cheiros nauseabundos como a 'tabaquice' e suores logo pela fresca. Não é o facto de caminhar perto de cinco quilómetros por dia. Não é nada disso. É estarmos lado a lado a trabalhar com pessoas que esperam que tropecemos para nos espetarem uma faca nas costas. Ou se calhar é mesmo no peito.
A falta de educação e de respeito é algo com que eu tenho mesmo muita dificuldade em lidar. Tenho o meu feitio, mas antes quebrar do que torcer e há momentos em que realmente só penso no dia em que vou sair porta fora e não irei voltar mais.
Tanto se fala sobre motivação, sobre ter as pessoas com vontade a trabalhar, sobre o impacto que isso causa na produtividade... mas depois, malta nova, gestores de topo [como se consideram], não passam de uns putos armados ao pingarelho sem a menor sensibilidade, cometendo as maiores incoerências desta vida, apontando o dedo a outros, quando cometem erros atrozes na forma de ser e estar. Porque nem é o dinheiro, não são os aumentos. Porque isso já sabemos que é só para alguns. É a ingratidão, são os limites que se ultrapassam. São as responsabilidades que caem sempre sobre os mesmos. São os direitos que se perdem e tudo aquilo que se exige, como se só existam deveres e o resto deixa-se para lá. É tudo isto junto que faz com que todos os dias se perca a vontade. É o aperto no peito que se acumula em cada passo que damos no trajecto até ao local...
Respeito. Tudo o que se exige é respeito, na sua plenitude e no mais ínfimo pormenor. Porque quem realmente faz o trabalho não é movido por prémios chorudos. É movido pela necessidade de trabalhar para colocar comer na mesa e pagar as contas. Tão somente e só. Se não fosse isso e o mercado de trabalho estar na miséria e exploração que está, neste momento estavam os ditos de topo a fazer tudo sozinhos. Porque só assim não havia dedos a apontar e tudo sairia perfeito.
Que vida é esta que levamos? Que seres humanos são estes sem qualquer valor ou princípio?

Palavra de honra que estas questões me deixam a pensar e muito neste mundo triste em que vivemos. Demasiado triste.

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