terça-feira, 28 de maio de 2013

Quando o Amor não é correspondido...

O ano passado aquando das minhas férias recebi um email que me deixou, diria que, em estado de choque.
Na altura, li e reli aquelas palavras mais de não sei quantas vezes para perceber, se efectivamente eu estava a ler bem. Se estava acordada, ou mesmo se estaria em devaneio... Mas não. O email era mesmo uma declaração de amor de um colega com quem, ainda hoje me dou bem...
Fiquei muito preocupada. Principalmente porque eu sabia que depois de ler aquelas palavras, inevitavelmente, a nossa "relação" profissional e de alguma estima, ficaria a partir daquele instante, comprometida.
Reflecti durante algumas horas e respondi-lhe pela mesma via. Disse-lhe simplesmente que não podia retribuir os sentimentos, porque não os tinha. Fui honesta, como gostava que o fossem comigo. Ainda que negativamente. Porque pior do que palavras que não queiramos ouvir, são palavras nenhumas. O silêncio. A dúvida. Fiz aquilo que senti ser melhor. E na altura dei o assunto por encerrado. 
O facto de estar ausente da empresa por algum tempo, fez com que, a vida seguisse o seu rumo normal. Tudo estava tranquilo. E não mais foi um assunto proferido por mim... até à semana que passou. Porque fui novamente abordada por ele...
Desta vez foi diferente. Percebi nitidamente que naquela cabeça e naquele coração o assunto não ficou encerrado. Senti tristeza ao mesmo tempo, pelo facto de ter de voltar a repetir o que lhe tinha dito. Mas não só. Fiquei estupefacta quando me disse que sentiu gestos e olhares estranhos da minha parte. E isso fez com que desencadeasse novamente aquele sentimento...
Não quis acreditar. A minha espontaneidade característica estava a ser confundida com algo que eu não queria transmitir. Tentei em pensamento, rever os meus actos e encontrar as lacunas, mas não encontrei nada. Para mim, tudo estava normal. Tudo estava como sempre.
Sei que quando gostamos de alguém, vemos coisas onde elas não existem. No entanto, acho que com o tempo se aprende a ter os pés bem assentes no chão. Eu pelo menos faço questão de manter assim os meus. Ainda que por vezes o coração me tente levar para outras paragens...

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