quinta-feira, 19 de junho de 2014

Disto dos Recursos Humanos...

Quando pensei ir estudar Recursos Humanos, o principal factor que me motivou, foram as pessoas. Uma vez que trabalhava (e continuo) a trabalhar em Contabilidade e Recursos Humanos, o factor ligado às pessoas pesou muito mais do que os números.
A contabilidade era aquilo e aquilo mesmo, eram os números pelos números e eu optei pelas pessoas. Sempre fui uma pessoa muito afectuosa, muito do contacto com as pessoas e isso motivou-me a ir para a Universidade estudar esta área.
Sou da opinião que, em qualquer organização, são os recursos humanos, a mais valia da empresa. As empresas podem ter as melhores máquinas e equipamentos, mas estas não trabalham sozinhas. 
Colaboradores motivados, bem remunerados, formados e que sentem que pertencem àquele núcleo, são colaboradores muito mais produtivos, muito mais motivados a trabalhar e a dar tudo pela “sua” empresa. E há, mesmo em Portugal, bons exemplos disso. Alguns deles, vindos até, de empresas que não se esperava. Algumas até pequenas.
Recordo-me de um exemplo, no primeiro ano que foi aplicada a sobretaxa de IRS, uma PME de Palmela, pagou a sobretaxa pelos seus colaboradores. Entrevistaram o patrão e alguns trabalhadores e o que mais me impressionou foi o sorriso estampado no rosto de cada uma daquelas pessoas. Sentia-se que gostavam de colaborar naquela organização, faziam-no por prazer. Outro exemplo, li há poucos dias no Dinheiro Vivo que uma empresa de Felgueiras, ao contrário de baixar salários, aumentou-os. Em vez de despedir, contratou mais pessoas. Podem ler o artigo na íntegra no link: http://www.dinheirovivo.pt/opiniao_blogs/Editorial/interior.aspx?content_id=3967204
E é isto. Depois fico chocada com outras notícias que leio, que há empresas que obrigam trabalhadoras a assinar documentos, em que se comprometem a não engravidar nos próximos 5/6 anos. Mas isto é o quê? O que é que andamos a fazer aos recursos humanos? O que é que andamos a fazer à mais-valia maior das empresas?
Neste artigo, li comentários de pessoas, que felizmente, trabalham em empresas líderes de mercado, e que esse trabalho é notável. É verdade. Trabalhadores satisfeitos, motivados, geram melhores resultados. Será que é difícil perceber isto?
Eu sou uma esperançosa nata. Acredito que, ainda vou ter uma oportunidade numa organização que valorize os seus trabalhadores e se importe com eles (pelo menos com os que merecem). Porque sim, a minha experiência também já me mostrou, por diversas vezes que, há trabalhadores que são um fracasso. E por vezes a lei ainda os defende. Mas este texto é para falar daqueles que dão tudo, que estão lá, que arregaçam mangas e lutam, trabalham e chegam ao final de uma jornada de trabalho com a sensação de que são apenas um número mecanográfico. Que são excelentes porque trabalham muito, mas é esse o dever deles, não havendo qualquer contrapartida.
Entristece-me muito, saber que caminhamos, há algum tempo até, para uma vida de pessoas insatisfeitas no local de trabalho. Sem qualquer valorização, apoio, espírito de equipa, motivação. Porque os exemplos vêm de cima. E quando não acontece, arrastam consigo aqueles que deles dependem.

E por isso digo imensas vezes, podem tirar-me tudo, mas jamais me tirarão a esperança e o arregaçar de mangas que tenho. A entrega e a forma como me dou ao trabalho, é das coisas que mais orgulhosa me deixa. Acredito que, chegará o dia em que serei muito valorizada por isso. E não discriminada, como muitas vezes me sinto...

Sem comentários:

Enviar um comentário